Como qualquer outra religião, e há tantas, doutrina-se pela adoração a Divindades que o ser humano precisa e acredita para fortificar a sua espirítualidade. Tem raízes profundas na vivência dos escravos. Durante quantos séculos se praticou a escravatura de forma deprimente? O escravo era considerado pelos seus “proprietários”, os “seus donos” simples animais de trabalho, duro e pesado, sem direito a qualquer privilegio, vendidos em praça pública, acorrentados, e analisados somente pela sua compleição física, homens aptos a trabalhar.
Qualquer ser humano tem necessidade de protecção e os escravos também mas, rapidamente sentiram que as suas tradições, a sua cultura e a sua sensibilidade estavam a ser perdidas pelo poder do homem branco.
Não podiam manifestar-se com qualquer atitude ou evocação religiosa, porque seriam chicoteados e presos a um tronco maltratados até à morte. Assim, usando a sua própria inteligência, começaram por criar equivalência entre os seus “Orixás”, divindade Yoruba, com os Santos que os seus patrões adoravam e homenageavam.
Desta forma toda a sua espiritualidade ia sendo cultivada e desenvolvida, e, passada de boca em boca de geração em geração.
“Santeria” é também um processo de adivinhação e limpeza espiritual. São rituais altamente secretos e bonitos.
Ser membro desta religião exige uma preparação que se chama “Iniciação”.
Para isso é necessário que o iniciado obtenha um padrinho e uma madrinha para lhe atribuir as bençoes e as protecções úteis, colocando-lhe colares variados e multicoloridos elementos representativos do amor, e da ajuda que necessita e da identidade dos seus “Orixás”.
É como que um “renascimento” para uma nova vida. Identificando este culto será a purificação do seu espírito para uma maior evolução.
É a atribuição de novas formas de sentir e de novos projectos para realizar. É uma nova meta a atingir.
Considere-se que esta consagração é secreta e obedece a cerimónias, danças dirigidas a cada “Orixá” cânticos evocando os espíritos perante a imolação de alguns animais.
Durante um ano o indivíduo “iniciado” é obrigado a cumprir algumas regras, como por exemplo, durante um ano vestir-se totalmente de branco. Consideram o branco símbolo da pureza.
A Santeria Cubana é uma prática fundamentada na evolução do indivíduo aproveitando os “dons” que ele possui para melhor usar os seus projectos e realizar na terra todos os seus atributos espirituais.
Tendo conhecimento das características desta religião desloquei-me à Venezuela contactei com alguns amigos que lá vivem.
Conduziram-me a uma casa espiritual. Aí pretendendo integrar-me neste tipo de purificação foi feita uma análise para saber se tinha condições que permitissem a minha entrada nesta prática religiosa.
Fui aceite e atribuído os padrinhos para fazer o culto a que se dá o nome de “iniciação” foi-me atribuído o nome de “Santeiro- ADDE OMI ARO” que significa
Agradeço aos meus padrinhos, Nagla Irene Coca “AFOLABI” e Carlos Hernandes” ESHU-BI”, tudo com que me presentearam.
A todos os Santeiros que participaram na cerimónia o meu reconhecimento pelo trato, amor e amizade.